Viu-se uma campanha contra a nomeação de Fachin para a vaga de Ministro do Supremo Tribunal Federal, e foram elencadas todas as razões pelas quais o Senado deveria rejeitar seu nome. Dentre essas razões estava o fato de ter sido advogado CONTRA o Brasil em uma daquelas disputas envolvendo o Paraguai na questão de Itaipu ; sua defesa da poligamia e do reconhecimento legal da situação de "amante" para fins de pensão e herança ; suas práticas de advocacia administrativa, e especialmente seu envolvimento íntimo com o MST e sua defesa da expropriação inclusive de propriedades produtivas.
Mas as pessoas envolvidas na campanha anti-Fachin precisam estar cientes de que nada adiantará e que ele vai ser confirmado na vaga do STF. O Senado tem uma tradição secular de não rejeitar as indicações do presidente da República, e não haveria de ser desta vez que iriam fazer isto. Inclusive houve bairrismo envolvendo pessoas da oposição, como foi o caso do senador Álvaro Dias que fez uma emocionada defesa de Fachin, unicamente porque este é do Paraná, mesmo Estado do senador. Alguém precisa informar ao senador que no STF não há representação por Estados, fato que parece ter sido ignorado. Uma outra parte de senadores supostamente de oposição estavam convenientemente ausentes, em uma festinha em Nova York.
A sabatina se resumiu a uma série de perguntas toscas vindas de senadores igualmente toscos e inexpressivos, perguntas entremeadas de elogios e congratulações pela nomeação. Logo a seguir, em votação secreta, seu nome foi aprovado, obviamente, faltando apenas uma formalidade a ser feita no plenário, mas sua nomeação já é fato.
Assim, graças à manutenção de uma tradição estúpida e subserviente do Senado ao Executivo, mais a traição bairrista de senadores de oposição, o governo do PT coloca mais uma peça no tabuleiro e fica mais próximo de, por vias "constitucionalmente legais" nos dar um xeque-mate. Em suma, fomos abandonados também pelo Legislativo. E o MST está em festa.
Daniel de Ávila
e s c r i t o r
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