sábado, 28 de junho de 2014

O Príncipe e o Mendigo

                Em visita a São Paulo o Príncipe Harry teve a curiosidade de conhecer a Cracolândia.  E eis que o prefeito Fernando Haddad, um mendigo intelectual, fez a mais absoluta questão de, ele mesmo, ciceronear o Príncipe e com orgulho mostrar essa inovação de seu governo.
                Como petista e bom comunista que é, Haddad é adepto de uma corrente "filosófica" a que poderíamos chamar de  "Beauty of Decay". Idolatram a degradação, homenageiam a indigência e incentivam a mediocridade em todas as suas formas.  Muito longe do conceito de  "Decadence avec Elegance" citado por Lobão,  a corrente do Beauty of Decay glamuriza a decadência pura e simples.  É a exaltação do Lumpem proletariat,  uma espécie de magnificação dos excluídos, da escória, dos delinquentes, etc.
                 Vejamos isso em fatos.  Fernando Haddad não inventou a Cracolândia, mas a oficializou, protegeu e "profissionalizou".  Quando assumiu a prefeitura de São Paulo se esperava que fossem tomadas medidas que pusessem fim naquela vergonha mas ao invés disso ele transformou a área em uma espécie de zona livre para o tráfico. Foram colocadas cercas delimitando a Cracolândia e acordos foram feitos para que a polícia não entrasse ali para coibir ações envolvendo drogas.  Mais ainda, criou-se um programa que, sem exigir nenhuma contrapartida, dá casa, alimentação e oferece, para quem quiser, um emprego na prefeitura.  Isso fez com que houvesse uma inflação no preço das drogas porque os traficantes sabem que há mais dinheiro circulando ali. Em suma, a preocupação da prefeitura em momento algum visava coibir o tráfico ou dar tratamento de desintoxicação aos drogados :  a idéia era a de criar uma área de livre uso de crack.
                  Haddad mostra o lugar com orgulho, como quem tenha feito algo de bom e produtivo, ignorando que a prefeitura está sendo conivente com o tráfico.  A Cracolândia é habitada por "figurantes do The Walking Dead"  ;  uma legião de zumbís, que se drogam o dia todo nas ruas, caem por ali mesmo, fazem suas necessidades e sexo, tudo a céu aberto e à luz do dia e a preocupação toda gira em torno de proteger o local. O que era para ser motivo de vergonha e também motivo de ações por parte do Ministério Público contra aquela prefeitura se torna motivo de orgulho e ponto de atração turística.
                   A tolerância com as drogas e o incentivo à degradação daquelas pessoas parece ser parte de um plano maior, porque não é possível que por mera ingenuidade administrativa se tenha permitido não só a continuidade como também a ampliação e proteção à essa área. Mas a falta de vergonha na cara de certas pessoas não tem limites conhecidos. Mesmo para mostrar a Cracolândia ao Príncipe, primeiro foi mandada para lá uma grande equipe de garís e outros funcionários para dar uma maquiada no lugar. A idéia era mostrar a degradação humana, mas sem chocar a realeza com a visão de montanhas de lixo, a rataria e fezes por toda parte.  Assim que ele foi embora, tudo pôde voltar como era antes, mas naquele momento da visita do Príncipe a esse parque temático das drogas o objetivo era mostrar os zumbís.
                   A pergunta que não quer calar :  será que na cabeça de certos psicopatas chega a passar pela idéia que fazer o que foi feito na Cracolândia seria considerado coisa boa, modelo a ser copiado e merecedor de prêmios da ONU ?

                                           Daniel de Ávila
                                              e s c r i t o r